O Google Bard é um dos serviços da gigante tech que, sem dúvidas, mais atrai atenção e curiosidade de profissionais de marketing, SEO e de líderes de negócios que, de alguma forma, dependem do mecanismo de busca.
Na esteira de inovações que, até então, estremeceram o mercado — como o ChatGPT e o Bing AI — o Bard promete ser o “chosen one” quando o assunto é inteligência artificial conversacional.
Mas por enquanto, não é. Na verdade, está um pouco longe disso: em fase de testes, fechado para alguns usuários e com poucas informações divulgadas além daquilo que o próprio Google soltou.
Neste artigo, resolvi abrir o jogo e compartilhar com você tudo que sei sobre o Bard: o que é, como foi criado, como funciona, diferenças para outras IAs conversacionais e tudo sobre a inteligência artificial do Google.
Minha missão é descomplicar o tema e ensinar a inovar em sua estratégia de marketing com o uso de ferramentas especiais!
Vamos lá? Bora continuar a leitura comigo!
O que é o Bard?
O Bard é um serviço de IA conversacional do Google. É desenvolvido com base na linguagem LaMDA ou Language Model for Dialogue Applications, definida pela empresa como uma “tecnologia de conversação inovadora”.
Sendo bem sincero? Sim, você pode falar que é uma resposta direta ao ChatGPT e ao Bing AI — para citar os chatbots de IA mais populares.
Na prática, é como essas duas IAs que mencionei: uma ferramenta que aceita prompts (comandos) e retorna respostas textuais (em múltiplos formatos de conteúdo) contextualizadas e atualizadas.
E só para desencargo de consciência, guarde essa palavrinha: atualizada. Ela é importante para explicar a importância da IA do Google.
A IA conversacional do Google também deverá ajudar usuários a explorar tópicos ao melhorar a experiência de pesquisa, com o fornecimento preciso e contextualizado de links que aprofundem a busca feita.
Como o Bard foi criado?
Existem alguns pontos de vista para contar essa história: o lançamento do LaMDA, em 2021, e a explosão de popularidade do ChatGPT, no fim de 2022.
Primeiro, vou falar sobre o desenvolvimento da linguagem do Google.
O LaMDA foi anunciado durante a conferência Google I/O em maio de 2021.
Na prática, ele visa fornecer conversas mais naturais e contextuais com IA, permitindo que os usuários se envolvam em uma ampla gama de tópicos de uma maneira mais humanizada.
Te lembra algo? É que, desde antes do GPT, o Google já mirava no desenvolvimento da IA para agregar na interação com usuários.
O objetivo sempre foi aprimorar uma ampla gama (senão todos) de produtos da empresa, como o Assistant e o próprio mecanismo de busca.
Agora, de acordo com um post do Search Engine Journal que mais parece uma investigação jornalística (muito bem feita, aliás!), o lançamento do “produto Bard” foi uma resposta imediata ao ChatGPT.
De acordo com a postagem, o sucesso da solução da OpenAI criou a percepção de que o Google estava ficando para trás.
E me diga com sinceridade, quem aí não leu que “o ChatGPT vai acabar com o Google“?
A analogia — um tanto exagerada, eu sei — reverberou bonito nos corredores da gigante tech, que mexeu as pecinhas para se mostrar antenada ao tema do momento: inteligência artificial.
Assim, três semanas após o lançamento do chatbot da OpenAI, o The New York Times noticiou um estado de “código vermelho” no Google para criar uma resposta à altura.
Em fevereiro de 2023 a IA conversacional do Google foi anunciada.
Porém, não sem controvérsias.
No próprio lançamento, ainda uma versão de demonstração da ferramenta afirmou que o telescópio espacial James Webb fotografou a primeira imagem de um exoplaneta — o que não é verdade.
Como funciona a Inteligência Artificial do Google?
A IA do Google vai aprimorar a experiência do usuário em todos os seus produtos, da SERP ao Analytics até o Assistant.
Mas é claro, o grande chamariz da ferramenta é sua capacidade de se igualar — ou superar — o ChatGPT.
Na própria apresentação do Google, é possível ver um trechinho de como a IA conversacional do Google funciona: você faz uma pergunta (cria um prompt) e ele retorna com uma resposta mais contextualizada.
Veja um exemplo:
(Nesse GIF criado pelo próprio Google, é possível ver o erro que mencionei anteriormente logo no terceiro bullet point).
Atualmente, o Bard funciona com base em uma versão mais leve do LaMDA. Além disso, há alguns aspectos interessantes por trás do treinamento da inteligência artificial do Google:
- Segurança: o LaMDA é auxiliado por pessoas que “anotam” dados para identificar o que é verdade ou não;
- Fundamento: o LaMDA fundamenta-se em fontes externas de conhecimento de forma factual.
Além disso, para a gigante tech, os outputs do LaMDA foram (e continuam sendo) avaliados de acordo com:
- Sensibilidade: a resposta faz sentido ou não?
- Especificidade: a resposta é o oposto de algo genérico ou contextualmente específica?
- Interesse: as respostas são perspicazes ou inspiram curiosidade?
Bard X ChatGPT: quais são as diferenças?
Similares em estrutura, distintos em propósito. É assim que posso resumir as diferenças entre o ChatGPT e a inteligência artificial do Google.
Afinal, eles não cumprem a mesma função.
É claro: se você perguntar “quem foi Edson Arantes do Nascimento?“, é certo que ambos vão responder a questão com “Pelé”, fornecendo algum contexto extra e, no caso do Bard, alguns links.
Ou seja, você vai perguntar, e eles vão responder.
Mas vale esclarecer que, em primeiro momento, a IA do Google não é um recurso da SERP. Especula-se que, assim que finalizado, ele será integrado ao mecanismo de busca — o que ainda não foi confirmado.
As duas são IAs conversacionais — mas o GPT está um pouquinho mais avançado
No entanto, o GPT não está atrelado a um banco de dados específico ou a um mecanismo de busca único.
Apesar de estar integrado ao Bing, é um produto da OpenAI que desenvolve uma série de tarefas: cria conteúdos em múltiplos formatos e também auxilia em outras frentes, como na escrita de códigos de programação.
O que eu quero dizer é que o ChatGPT é, de fato, uma IA conversacional no mais puro sentido do termo: você inicia conversas com ele e, a depender da profundidade do prompt, pode torná-la mais ou menos complexa.
A ferramenta do Google parece ir pelo mesmo caminho e, por enquanto, é um produto “stand-alone” — ou seja, isolado, como mencionei antes.
Provavelmente será incorporado ao Google Search — auxiliando nas buscas assim como o Bing AI faz? Acredito que sim, mas por enquanto, não foi o caso.
Banco de dados atualizado x banco de dados de 2021
Além disso, as principais diferenças têm relação com o banco de dados que cada um acessa.
O LaMDA é factual e utiliza, além de tudo, a própria SERP do Google como base para construir suas respostas. Ou seja, ela confia nos resultados de pesquisa para dar respostas atualizadas sobre eventos recentes.
O que, é claro, como apontei anteriormente, resultou em erros.
Já o ChatGPT é baseado no GPT-4, o modelo de linguagem mais avançado da OpenAI, que foi alimentado com dados até setembro de 2021.
Ou seja, ele não é tão factual.
Ainda assim, também é envolvido em polêmicas, como acusações de plágio.
Outras funcionalidades
Além disso, a inteligência artificial do Google pode receber prompts via voz e permite que o usuário continue sua pesquisa direto no mecanismo de busca.
Outro recurso legal é o Draft ou Rascunho.
Todo prompt que você faz, gera diferentes rascunhos de resposta — o que permite que você escolha o mais adequado para sua pergunta e para continuar a conversa.
Já o ChatGPT organiza as interações em Conversas, o que possibilita criar um histórico específico para diversos tópicos, os quais você pode voltar sempre.
Quais são as vantagens do Bard?
Com a inteligência artificial do Google em um estágio “beta”, no qual ainda está em testes limitados e sem acesso a um público maior (e em mais países além dos Estados Unidos e do Reino Unido), tudo que posso fazer é especular.
E como eu já afirmei anteriormente, acredito que a ponta deste mercado, dominado pelo ChatGPT, logo será do Google.
Afinal, trata-se do maior e mais atualizado banco de informações do mundo. Qualquer IA conversacional decente que se aproveitar dele, tem tudo para sair na frente.
E sim, eu sei: a IA do Google apresenta alguns defeitos — e é por isso que está em fase de testes!
O próprio mecanismo de busca deixa claro que, acima de tudo, é um experimento:
A tendência é que esses detalhes sejam corrigidos e que, logo, a inteligência artificial do Google seja a escolha número 1 quando o assunto é IA conversacional.
O interessante é ver onde essa solução do Google será integrada: afinal, todo ecossistema parte da suíte de ferramentas da empresa pode ser otimizada com o uso de uma IA nativa.
Tendências para o Bard
Lembra que eu falei para guardar a palavra “atualizada”? É que prevejo que essa será a principal âncora para chamar novos usuários para utilizar o Bard.
Enquanto outras IAs conversacionais, até mesmo o ChatGPT, sofrem com bancos de dados desatualizados e não-factuais, a IA do Google tem grande potencial de fornecer outputs atualizados.
Além disso, falo do selo de qualidade do Google, o que dá mais confiança para os usuários.
Ferramentas da empresa que já utilizam alguma forma de IA e machine learning, como o Google Lens, são muito bem vistas pelas pessoas e utilizadas amplamente em todo o mundo.
Inclusive, é claro, influenciando a forma que empresas lapidam suas estratégias de marketing digital.
Falando no assunto, outra tendência que prevejo é o desenvolvimento de estratégias “Bard-oriented”, além do clássico SEO-oriented.
Ou seja, você vai querer que a inteligência artificial do Google inspire-se em seu conteúdo para criar respostas para os usuários — e que ofereça seu link para que eles o acessem.
Ainda é cedo para falar em outros pontos, mas prometo que vou ficar de olho e trazer novidades, tendências e aspectos acerca da IA do Google, combinado?
E antes de finalizar aqui, gostaria de convidar você para baixar meu infográfico sobre ChatGPT. Nele, te explico tudo sobre a ferramenta e suas possibilidades para o marketing digital!
A ascensão das inteligências artificiais e como sua empresa pode aproveitar isso
O crescimento da inteligência artificial não é brincadeira. Para empresas de todos os tamanhos, é importante ficar atento ao que já aconteceu e ao que vem por aí.
Mas como o seu negócio pode tirar proveito da IA e de suas possibilidades? Vou citar algumas tarefas:
- Atendimento ao cliente: chatbots e assistentes virtuais podem lidar com todas as consultas incômodas dos clientes, liberando sua equipe para se concentrar em tarefas mais importantes. Além disso, eles estão disponíveis 24 horas por dia, 7 dias por semana, para que seus clientes nunca se sintam negligenciados;
- Análise de dados: as ferramentas de análise baseadas em IA podem ajudá-lo a entender todos os dados que você vem coletando. Elas podem identificar padrões e tendências, ajudando você a tomar decisões mais inteligentes para o seu negócio;
- Marketing: a IA pode ajudá-lo a lapidar campanhas de marketing mais personalizadas, direcionando aos clientes a mensagem certa no momento certo. Isso pode levar a taxas de conversão mais altas;
- Automação: a IA pode simplificar seus processos de negócios automatizando tarefas repetitivas. Isso não apenas economiza tempo, mas também reduz o risco de erro humano;
- Inovação: adote a IA para ajudar no desenvolvimento de novos produtos, serviços ou modelos de negócios que possam oferecer uma vantagem competitiva no mercado.
Por Paulo Paolucci
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